segunda-feira, 13 de junho de 2011

Relação entre o potencial de abuso da Maconha x Álcool

As drogas psicotrópicas são substâncias psicoativas que alteram o comportamento, o humor e a cognição, possuindo propriedade reforçadora, sendo, portanto, passíveis de auto-administração, conseqüentemente podem levar ao abuso e à dependência.
Substâncias com potencial de abuso são aquelas que podem desencadear no indivíduo a auto-administração repetida que, geralmente, resultam em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo. As mais freqüentes são: álcool, nicotina, cocaína, anfetaminas e êxtase, inalantes, opióides, ansiolíticos benzodiazepínicos e maconha.
O álcool considerado uma droga psicotrópica, atua no sistema nervoso central (SNC), provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. Apesar de sua ampla aceitação social o consumo excessivo de álcool passa a ser um problema, além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, seu consumo a longo prazo, dependendo da dose, da freqüência e das circunstâncias, pode provocar um grave quadro de dependência alcoólica.
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos aparecendo em duas fases distintas, uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos o efeito a aparecer é o estimulante, gerando um quadro de euforia, desinibição e loquacidade, posteriormente, aparecem os efeitos depressores, cujos sintomas são a falta de coordenação motora, descontrole, sono e podendo até levar a coma, quando consumido exacerbadamente.
A transição do beber moderado ao problemático ocorre de maneira lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber problemáticos são: o desenvolvimento da tolerância (necessidade de beber cada vez mais para sentir os efeitos desejados), o aumento da importância do mesmo na vida pessoal, a percepção do grande desejo de beber e da falta de controle em relação a quando parar (síndrome de abstinência, aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber).
A maconha é uma planta, classificada como perturbadora do SNC, conhecida cientificamente por Cannabis sativa, que apresenta uma substância, chamada de tetrahidrocanabinol (THC), capaz de produzir alguns efeitos no SNC do indivíduo que a ingere. Esses efeitos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma.
Quando um indivíduo ingere de forma elevada a dose e/ou apresenta alta sensibilidade, os efeitos psíquicos podem chegar a alterações mais evidentes, com a predominância de alucinações e delírios, podendo chegar também à síndrome amotivacional (quando a vida fica sem graça e sem importância) e à dependência.
O THC é metabolizado no fígado gerando um metabólito (produto da metabolização da substância) mais potente que ele próprio. Além disso, o THC é muito lipossolúvel (solúvel em lipídios – gordura, e não em água) ficando armazenado no tecido adiposo. Essas características do THC levam a um prolongamento do efeito deste no organismo. Quando fumada, a maconha atinge seu efeito entre zero e dez minutos e tem seu pico de ação após 30 minutos do consumo por se concentrar no cérebro. Após 45 a 60 minutos do consumo da substância seus efeitos são atenuados. Pela liberação do THC por meio do tecido adiposo ser lenta, ele aparece na urina de semanas há meses após o último uso.
Maconha é a droga ilícita mais usada mundialmente. Nos EUA, 40% da população adulta já experimentaram maconha uma vez pelo menos. O uso da maconha geralmente é intermitente e limitado: os jovens param por volta dos seus 20 anos e poucos entram num consumo diário por anos seguidos. A dependência de maconha está entre as dependências de drogas ilícitas mais comuns; um em cada dez daqueles que usaram maconha na vida se torna dependente em algum momento do seu período de quatro a cinco anos de consumo pesado. Este risco é mais comparável ao de dependência de álcool (15%) do que de outras drogas (tabaco é de 32% e opióides é de 23%).
De acordo com a classificação da OMS, é de leve a moderado o potencial para a maconha induzir dependência. É bem menor do que o álcool e heroína. A maioria dos consumidores dominam o impulso de usar a droga quando não têm a sua posse, sendo rara a busca desesperada a qualquer custo.
As drogas causam muitos problemas orgânicos periféricos e centrais e problemas sociais e psicológicos, além das suas potencialidades de causar adição e dependência. Essa potencialidade das drogas em desenvolver adição ou dependência é conhecida como potencial de abuso, sendo calculada com base no percentual de uso na vida e no percentual de dependência/ adição.
Vários fatores influenciam esse potencial de abuso, como a disponibilidade da droga, seu preço, sua aceitabilidade social e seu modo de uso, entre outros.
Após ler o texto acima e analisando a tabela abaixo, conclui-se que o potencial de abuso e a dependência do álcool são maiores que o da maconha.

SUBSTÂNCIA
USO NA VIDA %
DEPENDÊNCIA / ADIÇÃO %
POTENCIAL DE ABUSO %
Tabaco
75,6
24,1
31,9
Álcool
91,5
14,1
15,4
Maconha
46,3
4,2
9,1
Cocaína
16,2
2,7
16,7
Heroína
1,5
0,4
23,1


Referências

Acesso em: 10 de junho de 2011. Disponível em: <http://www.cenpre.furg.br/maconha/depend_maco.htm>.
Acesso em: 10 de junho de 2011. Disponível em: <http://www2.mp.pr.gov.br/cpca/telas/ca_igualdade_37_2_3.php>.
Acesso em: 10 de junho de 2011. Disponível em: <http://www.unimeds.com.br/layouts/capa/tematico_drogas.asp?site=26&mat=2144>.

Bruna F. Cangerana e Érika P. Gonzaga

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O CRESCENTE CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE OS JOVENS

O consumo de bebidas alcoólicas sofreu um aumento significativo, não só pelos jovens, mas por toda a população brasileira, havendo um crescimento de 74%.
Uma pesquisa realizada revelou que o álcool é a droga mais consumida por estudantes dos ensinos fundamental e médio. Entre os estudantes universitários também se evidencia um grande consumo de bebida alcóolica.
     Muitos fatores são responsáveis por esse aumento, entre eles destaca-se o fato do álcool ser uma droga legalizada e possuir grande aceitação pela sociedade. Com isso, também é permitida a propaganda no rádio e na televisão, estimulando o seu consumo. Esse apelo publicitário é dirigido diretamente ao público jovem, associando o consumo do álcool ao sucesso, ou seja, induzindo que qualquer tipo conquista realizada pelo jovem deverá ser comemorada com o uso do álcool.

     Com o intuito de diminuir o uso de álcool por jovens, a legislação proibe a venda deste produto para menores de 18 anos. No entanto, muitos desrespeitam essa lei facilitando o acesso ao álcool.
     O álcool tem uma grande popularidade entre os jovens devido aos efeitos iniciais causados pelo uso deste. Entre eles destacam-se euforia e desinibição. No entando, os efeitos tardios não são levados em conta, como a depressão do sistema nervoso central, caracterizada por sonolência e sedação. Os problemas gerados pelo uso do álcool podem ser gerados tanto pelos efeitos primários quanto pelos secundários, pois pode haver uma perda de percepção pela euforia ou diminuição da coordenação motora ou da capacidade de reação, recorrente do efeito depressivo.
     Os riscos do consumo precoce do álcool estão principalmente vinculados a acidentes e violência. Consequentemente, é a droga que mais causa danos à sociedade, sendo responsável por mais de 90% das internações hospitalares por dependência.
     Com base nos dados descritos acima, nota-se que o consumo de álcool por qualquer população já é um fator grave, mas o consumo precoce é mais preocupante ainda, pois a bebida alcoólica está presente em grande parte da vida dos jovens, e seu uso abusivo acarretará problemas futuros, pois a pessoa poderá apresentar diversos problemas de cunho físico, psicológico ou social e até mesmo ficar dependente.



Referências :

Google Imagens



sexta-feira, 25 de março de 2011

Liberação da maconha para uso terapêutico

A maconha possui efeitos analgésicos importantes e funciona também como um forte antiemético e quando associado a outros, ajuda no controle dos espasmos musculares e ameniza o estresse e a ansiedade. Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes tem enjôos terríveis e não respondem a nenhum remédio legal, mas respondem muito bem à maconha.
 Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV como a maconha, pois causa hipoglicemia, consequentemente aumentando o apetite e isso pode prolongar muito a vida. O problema é que a cannabis sativa tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.
A cannabis sativa é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.
A maconha alivia todos os sintomas de quem é portador de esclerose múltipla.
O glaucoma caracteriza-se pelo aumento da pressão do liquido intraocular e pode levar à cegueira. A maconha causa uma diminuição dessa pressão.
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.
Possui muitos efeitos que podem ser benéficos para a saúde, mas também, como toda droga, apresenta muitos efeitos adversos associados à longa frequência de exposição ao THC (agente químico ativo da maconha, tetrahidrocanabinol) causando dependência dos efeitos psicoativos e a síndrome de abstinência com a interrupção do uso. Os sintomas da síndrome de abstinência incluem agitação, insônia, irritabilidade, náusea e cãibras.
Sendo assim, é justificada a liberação controlada, para o uso terapêutico, da cannabis sativa (maconha). Para meios de fiscalização e restrição do uso, seria adequada a criação de uma portaria estabelecendo regras para sua manipulação e dispensação.
Referências

segunda-feira, 14 de março de 2011

Uso de Lança-Perfume: Cultura carnavalesca ou risco para a saúde?

   Antigamente o lança-perfume era comum no Brasil em época de carnaval, sendo esguichado nas pessoas, causando sensação fria agradável e perfumada, até mesmo as crianças ganhavam tubinhos para se divertirem. Hoje em dia, é considerado entorpecente pela vigilância sanitária e seu uso é crime. Com fabricação proibida no Brasil, ele aparece por ocasião do carnaval, contrabandeado de outros países sul-americanos, como Argentina , Paraguai e Uruguai, pois lá seu consumo não é considerado crime.
   O lança-perfume utilizado atualmente sofreu algumas modificações. É um solvente inalante, capaz de causar uma euforia passageira e altamente nociva ao sistema nervoso central, pois possui uma grande capacidade de lesar neurônios, causando degenerações irreversíveis. Como a duração do efeito é relativamente rápida, o usuário repete as aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo. Passado o efeito, vem uma ressaca, eventualmente semelhante a do álcool.
   Apesar de ser uma tradição carnavalesca, o seu uso não é justificável, pois os riscos são muito altos.